A resistência
dos materiais é a capacidade
do material de resistir a uma força a ele aplicada. A
resistência de um material é dada em função de seu processo de fabricação,
porém há processos que influenciam na sua resistência, como, por exemplo:
encruamento (deformação a frio),adição de elementos químicos, tratamento
térmico e alteração do tamanho de grãos.
Estes métodos
podem ser perfeitamente quantificados e qualificados. Entretanto, tornar
materiais mais fortes pode estar associado a uma deterioração de outras
propriedades mecânicas. Por exemplo, na alteração do tamanho dos grãos, embora
o limite de escoamento seja maximizado com a diminuição do tamanho dos grãos,
grãos muito grandes tornam o material quebradiço.
O
dimensionamento de peças, que é o maior objetivo do estudo da resistência dos
materiais, se resume em analisar as forças atuantes na peça, para que a inércia
da mesma continue existindo e para que ela suporte os esforços empregados. Para
isso é preciso conhecer o limite do material. Isso pode ser obtido através de
ensaios que, basicamente, submetem a peça ao esforço que ela deverá sofrer onde
será empregada, a condições padrão, para que se possa analisar o seu
comportamento.
A ciência de resistência dos
materiais é também muito importante para que não se tenha prejuízos gastando
mais material do que o necessário, acarretando também em outro problema que é o
excesso de peso. Pois a forma da peça também influencia na sua resistência,
assim pode-se diminuir a quantidade de material sem interferir na mesma.
Os esforços mecânicos são o principal
foco da resistência dos materiais, pois todo o estudo gira em torno de como
dimensionar uma peça ou elemento de máquina para que suporte os efeitos que os
esforços mecânicos gerados por uma estrutura geral ou específica estarão
atuando sobre a mesma. Cada tipo de esforço possui uma forma específica de ser
analisado, estudado e calculado. Para isso, é necessário utilizar-se dos
conhecimentos de um dos ramos da Física: a estática, para que o equilíbrio de forças
demonstre o que acontecerá com dada peça de determinado material quando
submetida a certo tipo de esforço
São os esforços mecânicos:
·
Tração
·
Compressão
·
Cisalhamento
·
Flexão
·
Torção
·
Flexo-Torção
·
Flambagem
Tração é a força aplicada sobre um corpo numa direção
perpendicular à sua superfície de corte e num sentido tal que, possivelmente,
provoque a sua ruptura. Uma peça estará sendo tracionada quando a força axial
(relativa ao eixo) aplicada estiver atuando com o sentido dirigido para o seu
exterior. A tração faz com que a peça se alongue no sentido da força e fique
mais fina, com menor seção transversal, pois teoricamente, seu volume deve
manter-se constante.
Um exemplo simples disso são os cabos dos
elevadores.
O esforço de tração causa uma reorganização na
estrutura molecular da peça movimentando os átomos a fim de se agruparem o
máximo possível até um certo limite. Isso ocorre devido ao deslocamento de moléculas que se alojam nas
“imperfeições” causadas no momento da solidificação, tais imperfeições são
chamadas de contorno de grão.
Na resistência dos materiais, o objetivo é não permitir que isso aconteça, trabalhando sempre
no regime elástico do material. Neste regime, a peça
trabalha sem deformar-se permanentemente, pois ao ser encerrada a ação da
força, retorna à sua conformação original. Basicamente, a tração trata-se de
utilizar um corpo e exercer sobre ele esforços com sentidos opostos,
tracionando-o.
De forma a determinar o
comportamento dos corpos face à força de tração realiza-se o chamado ensaio de tração em que
o objeto a ser estudado é colocado num equipamento apropriado que o submete a
forças sucessivamente mais significativas até obter o desmembramento do mesmo,
sendo elaborados gráficos que refletem o comportamento do material ao longo
deste processo.
Compressão física é o resultado da aplicação de uma força de compressão a um
material, resultando em uma redução em seu volume, ou,
como tratado em resistência dos materiais e engenharia, uma redução de uma de suas
dimensões, axial com a atuação da força, e um aumento da seção transversal a
este mesmo eixo, quando a deformação da peça nesta direção é permitida, pois
deve-se considerar que teoricamente, neste caso, seu volume mantenha-se
constante. Um exemplo característico de objeto submetido a esforços de
compressão são as colunas dos prédios, que recebem, com a mesma direção de seu
eixo, as cargas acima delas.
A compressão
ocorre quando a força axial aplicada estiver atuando com o sentido dirigido
para o interior da peça.
A compressão tem muitas
implicações na resistência dos materiais, na física e na engenharia estrutural, pelo fato da compressão
produzir quantidades consideráveis de stresse tensão.
Induzindo a compressão,
propriedades mecânicas, tais como a força de compressão ou o módulo de elasticidade, podem ser medidos. Os cientistas podem utilizar máquinas para induzir a
compressão. Este tipo de experimento é chamado de ensaio de compressão, que é utilizado para
comprovar as características mecânicas de uma peça, descobrindo assim a que
tensão ela sofrerá ruptura. Caracterizam-se como ensaios destrutivos, uma vez
que a peça fica normalmente inutilizada após o ensaio.
Tensão de
cisalhamento, tensão
tangencial, ou ainda tensão de corte ou tensão cortante é um
tipo de tensão gerado por forças aplicadas em sentidos iguais ou
opostos, em direções semelhantes, mas com intensidades diferentes no material
analisado. Um exemplo disso é a aplicação de forças paralelas mas em sentidos
opostos, ou a típica tensão que gera o corte em tesouras.
Um fluido é uma substância que se deforma
continuamente quando submetida a uma tensão de corte, não importando o
quão pequena possa ser essa tensão.
Uma força de corte é a componente tangencial da força que age sobre a superfície e, dividida pela área da superfície, dá origem à
tensão de corte média sobre a área quando a área tende a um ponto.
Obtém-se
deformação na actuação de uma força tangencial a uma superfície.
Exemplo:
Duas placas
tectônicas, uma
para cima ou para baixo e a outra imóvel, ambas paralelas. Mas este exemplo não
é utilizado em Tensão de corte; é apenas um exemplo para melhor entendimento,
e isso também não ocorre na natureza (As placas movimentam-se sempre em outra
direcção, adicionalmente e raramente estão paralelas).
Este tipo
de tensão é chamada também de tensão
cisalhante, conforme costume do corpo técnico brasileiro atual. Em diversos livros de
ensino superior de engenharia este tipo de tensão tem destaque
especial na determinação e dimensionamento de estruturas isostáticas e isóbaras, às vezes isócronas.
O círculo
de Mohr, assim
designado em honra de Christian
Otto Mohr, um engenheiro civil que dedicou sua vida ao estudo
de tensões cisalhantes em rochas sãs e mais tarde em solos, facilita
imensamente a determinação deste tipo de tensões a partir da tensões normais
ortogonais ao plano normal.
Flexão é um esforço
físico onde ocorre perpendicularmente ao eixo do corpo, paralelamente
à força atuante.
A linha
que une o centro de gravidade de todas as seções transversais constitui-se no
eixo longitudinal da peça, e o mesmo está submetido a cargas perpendiculares ao
seu eixo. Este elemento desenvolve em suas seções transversais o qual gera
momento fletor.
Momento
fletor: O
momento fletor representa a soma algébrica dos momentos relativas a seção YX,
contidos no eixo da peça, gerados por cargas aplicadas transversalmente ao eixo
longitudinal. Produzindo esforço que tende a curvar o eixo longitudinal,
provocando tensões normais de tração e compressão na estrutura.
Em engenharia se denomina flexão ao
tipo de deformação que apresenta um elemento estrutural alongado em uma direção
perpendicular a seu eixo longitudinal. O termo "alongado" se
aplica quando uma dimensão é dominante frente às outras. Um caso típico são as vigas, as que estão projetadas para trabalhar,
principalmente, por flexão. Igualmente, o conceito de flexão se estende a
elementos estruturais superficiais como placas ou lâminas.
![Ficheiro:Bending.svg](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c9/Bending.svg/320px-Bending.svg.png)
A
característica mais proeminente é que um objeto submetido a flexão apresenta
uma superfície de pontos chamada linha ou eixo neutro tal que a distância ao longo de
qualquer curva contida nela não varia em relação ao valor antes da deformação.
O esforço que provoca a flexão se denomina
momento
fletor.
Flexo-torção é o termo
utilizado quando uma peça está submetida a dois tipos de esforços: flexão e torção.
Um membro
estrutural submetido a carregamentos combinados pode com freqüência ser
analisado superpondo-se as tensões e deformações causadas por cada carregamento
agindo separadamente.
A figura mostra
um desenho esquemático de um tubo sob flexo-torção e apresenta em detalhe o
estado de tensões teórico para o ponto de maior solicitação.
Há vários
elementos os quais sofrem esforços combinados de tração e torção, podemos
destacar eixos de transmissão.
A flambagem ou encurvadura é um fenômeno
que ocorre em peças esbeltas (peças onde a área de secção transversal é pequena
em relação ao seu comprimento), quando submetidas a um esforço de compressão
axial. A flambagem acontece quando a peça sofre flexão tranversalmente
devido à compressão axial. A flambagem é considerada uma instabilidade
elástica, assim, a peça pode perder sua estabilidade sem que o material já
tenha atingido a sua tensão de escoamento. Este colapso ocorrerá sempre em
torno do eixo de menor momento de inércia de sua seção transversal. A tensão
crítica para ocorrer a flambagem não depende da tensão de escoamento do
material, mas sim de seu módulo de Young
-
carga crítica de flambagem: faz com que a peça comece a flambar.
Para determinar
se uma peça irá sofrer flambagem ou compressão, temos que
calcular o seu índice de esbeltez e compara-lo ao índice de esbeltez crítico. Esse índice de esbeltez é padronizado
para todos os materiais.
Se o índice de
esbeltez crítico for maior que o índice de esbeltez padronizado do material, a
peça sofre flambagem, se for menor, a peça sofre compressão.
![Ficheiro:Knickendes Lineal01.jpg](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/70/Knickendes_Lineal01.jpg/400px-Knickendes_Lineal01.jpg)
torção é a tensão que ocorre quando é
aplicado momento sobre o eixo longitudinal de um elemento construtivos ou prisma mecânico, como
podem ser eixos ou, em geral, elementos onde uma dimensão predomina sobre as
outras duas, ainda que é possível encontrá-la em situações diversas.
A torção se caracteriza
geometricamente por qualquer curva paralela ao eixo da peça e deixa de estar
contida no plano formado inicialmente pelas duas curvas. Em lugar disso uma
curva paralela ao eixo se retorce ao redor dele (ver torção geométrica).
![](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f9/L-Torsion.png)
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